sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Anos

Olha só, depois de quase um mês eu me vejo aqui com vontade de escrever...
Que mês carregado, meu deus! Acho que vou infartar de tanta informação na minha cabeça.

Passou tudo. Tudo passou.
Provas, espetáculo, aulas, ensaios, últimos abraços, últimas risadas, últimos cigarros no fumódromo...
E os anos, amanhã.

Tirando o drama, acho que estou bem. Quem sabe. Acho que essas últimas 5 horas dormindo me relaxaram de uma maneira indescritível. Estava uma pilha de nervos, agora estou mais calma, amena. Pronta para curtir o final de ano.
Curtir esse final de ano que vai ser um rompimento de muitos traços pra mim. Vou ter tempo finalmente para ficar de luto de amores e queridos.

"Aqui, deste ponto de vista, sentado neste assento que por hora é meu, olho disfarçadamente para ti, sentado nesse assento que por hora é teu e tenho a convicção de que sofres por alguma coisa que perdeu. E eu, cansado das minhas dores, me pergunto pelas tuas. Mas não te dirijo a palavra. Te observo a distância. Disfarçadamente. Aguardando, sem pressa no entanto, pelo momento em que o trem atingirá minha estação e então descerei, deixando esse assento que por hora é meu e deixando sobre ele, repousando em meu lugar, certamente para sempre, meu interesse pela tua dor. Enquanto esse momento não chega, você, um estranho, é para mim maior que eu mesmo. Quando passar por aquela porta, no entanto, certamente não me lembrarei mais disso. Não porque não te quero, mas porque vive apenas nos meus olhos e não nas minhas lembranças. E você terá desaparecido para sempre. É dessa maneira que tenho por ti um sentimento inominado, que é menos que admiração e mais que curiosidade, menos que amor e mais que indiferença. Um sentimento forte e rápido como nenhum outro e que não tem nome, como, para mim, tu também não tens."

3 comentários:

Rosa Maria disse...

baby, to loca pra poder fazer isso!

yuribt disse...

Um sentimento forte e rápido como nenhum outro, e que não tem nome. Como para mim, tu também não tens.

Vivian Tsuzuki disse...

Eu achei esse texto o mais bonito da peça.